terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

"A procura"

3 comentários:

  1. Para a Emília... - No remanso posto e descuidado das águas, das águas correntes do rio (ou do lago?!...) corre a volúpia do tempo esvaído e curto, escorrido e percorrido, e o olhar vive, o olhar vítreo, especado, que se petrifica no castelado casario distante, no terreiro de feira, quadro emoldurado, fundo dessa outra margem, onde a vida corre como outra qualquer. Os velhos, de boné, esquecidos, lentos, plasmados no gradeamento ou nos bancos de apoio, com os netos sentados no colo, pairam raiados de saudade e de conformação. Terreiro de espectáculos nas bermas, registo de um passado perene e lonjínquo, onde tudo foi gente e cansaço, tudo foi terra e vida, tudo foram olhares e crítica, pasmo e descaimento.

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  2. E vejo uma pequena rapariga e essa rapariga me vê a mim e os nossos mundos se cruzam por um instante, quanto o instante de um olhar se demora nas questões a pôr, nos quês a saber, na entrega inconsciente de si para si onde as paisagens passam sem que se dê conta.

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  3. E essa rapariguinha ainda lá está, olhinhos perspicazes, cheios de talento, esperando-se a si mesma, contornando os dias, inconformada...

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