"Mil imagens numa só"... Como a Emília muito bem define. Estamos em presença do enigma da florescência, do abrir das pétalas, ali aconchegadas pelas sépalas, suportadas na fragilidade com que as vemos. Nunca seremos insensíveis às flores, a todo um mundo vegetal que nos devora, que nos deslumbra, que nos faz ajoelhar perante inúmeras e tamanhas maravilhas!... A natureza foi sempre e continua pródiga, na quantidade, na largueza das cores e da morfologia, nas diferentes espécies e qualidades.
As imagens também são linguagem, como todos sabemos. O testemunho da linguagem, não sendo uma aceitação passiva do mundo, é uma meditação que é especulação de mundo, um permanente questionar e dialogar, um permanente confrontar-se com os seres contraditórios que somos, numa demanda de uma condição humana liberta do peso da sua própria historicidade, que será no limite a pertinaz persiguição de uma condição divina, mas terrena, talvez uma tentativa de redescoberta de uma humana divindade. Sabe, Emília?... Quanto a mim, existe em nós muito de divindade, quer queiramos, quer não.... Estará de acordo?!... A propósito, sem ser de propópsito. A Emília chegou alguma vez a acompanhar os meus comentários no Blogger "Livres Pensantes"?!...
Divindade? O que é ser divino? Iluminado? E mesmo que o sejamos, não creio que nos consigamos rever em tal, porque alguém que se busca a si, jamais se irá encontrar,a busca é "eterna" no sentido possível da nossa limitação física e mental. Será possível atingir um limite de total conhecimento, em que restará apenas ensinar e não mais aprender? Não creio. Divino no sentido de ir ao encontro da perfeição? Um esforço inútil suponho, solitário e com pouca utilidade prática. Achar que se atingiu um limite é estagnar e mesmo que não se queira tudo muda, tudo se transforma. Se queremos ser divinos? Sim. Se o somos? Não.
Sim, costumo ler os seus comentários. Gosto de ler, gosto de aprender, gosto de pensar, analisar. Porque é que pergunta?
Divindade?!... Divindade em nós é saber perdoar, é magnetizar aquele sentido da beleza que glorifica, assumir compaixão pelo que sofre e conhecer modos de aliviá-lo, é identificação com quem nos é próximo e necessita de nós, disponibilidade para o outro, intuição em cada gesto, e principalmente criatividade. Oh!... Criar! Uma pintura, um escrito, un desenho, uma partitura musical... Criar é emprestar asas, ajudar a crescer, lançarmo-nos na experiência vivida do testemunho dos outros. O que é ser "divino"? Divino, não precisa de ser perfeição, nem tal. Tudo o que é humano não é perfeito, embora para isso pudesse tender. "Divino" é sobretudo criar "divindade", fazer nascer, dar vida a algo ou a alguém, acompanhando-o/a. Sermos "divinos" é sobretudo dedicação. "Meu nome é "dedicação", dizia-me em Buenos Aires (Argentina), uma das maes da Praça de Maio, numa das vezes que por lá passei. Emília! O nosso conversar é dedicação. O nosso escrever é igualmente "dedicação". Como exemplo? Esta nossa dedicação, que se consuma em dar e receber, escrevermo-nos e respondermos ,pensarmo-nos. Tal como nós fazemos. Em simpicidade. Sem assertoarmos ou puxarmos "galões" desnecessariamente. Nenhum de nós é "iluminado" ou pretende sequer sê-lo. Contudo, emitimos "luz", e essa luz penetra em cada um de nós. E transforma-nos, oferecendo-nos mais-valias, novas pers+ectivas. A vida no seu próprio percurso é uma busca de nós mesmos, talvez a busca do "eterno" em nós e fora de nós. Pois, como a Emília diz, tudo se torna limitado... Mas, que importa, se tudo em nós poderá ser um possuir, um sentido de eternidade?... No plano metafísico, também. Nada se ensina. Ou por outras palavras, ensina-se ou pretende-se aprender ensinando. A vida é feita de mudança, por isso mesmo é que é atraente, desejo, projecção, mistério. Não pretendemos atingir "limites". Os limites são pontos finais, são portas que se fecham. Nada disso!... O amor dedicado, correspondido não será uma forma de praticar a divindade?.... Mesmo ao nível terreno... Quem escreve ambiciona ser lido. Não pretende concordância, porém ser apenas ser lido e compreendido, mesmo no contraditório. Emília, obrigado de todo o coração por me ler!... É muito saboroso, meigo, gratificante ter alguém que nos leia. Quem escreve, é porque precisa no seu consciente de ser amado. Esta é uma enorme verdade, uma constatação, embora se possa sempre discordar. Quando a Emília escreve, ama. seja quem for. Faço-me compreender?! Sei que sim, sem pretensiosismo. Lê os meus comentários. Pergunta-me porque lhe pergunto. Simples. Porque escrevo sempre sobre qualquer tema e interessa-me ser lido por si. E, escrevendo a pensar que pelo menos tenho uma leitora, é sumamente terno e agradável.
"Mil imagens numa só"... Como a Emília muito bem define. Estamos em presença do enigma da florescência, do abrir das pétalas, ali aconchegadas pelas sépalas, suportadas na fragilidade com que as vemos. Nunca seremos insensíveis às flores, a todo um mundo vegetal que nos devora, que nos deslumbra, que nos faz ajoelhar perante inúmeras e tamanhas maravilhas!... A natureza foi sempre e continua pródiga, na quantidade, na largueza das cores e da morfologia, nas diferentes espécies e qualidades.
ResponderEliminarAs imagens também são linguagem, como todos sabemos. O testemunho da linguagem, não sendo uma aceitação passiva do mundo, é uma meditação que é especulação de mundo, um permanente questionar e dialogar, um permanente confrontar-se com os seres contraditórios que somos, numa demanda de uma condição humana liberta do peso da sua própria historicidade, que será no limite a pertinaz persiguição de uma condição divina, mas terrena, talvez uma tentativa de redescoberta de uma humana divindade. Sabe, Emília?... Quanto a mim, existe em nós muito de divindade, quer queiramos, quer não.... Estará de acordo?!... A propósito, sem ser de propópsito. A Emília chegou alguma vez a acompanhar os meus comentários no Blogger "Livres Pensantes"?!...
ResponderEliminarDivindade? O que é ser divino? Iluminado? E mesmo que o sejamos, não creio que nos consigamos rever em tal, porque alguém que se busca a si, jamais se irá encontrar,a busca é "eterna" no sentido possível da nossa limitação física e mental. Será possível atingir um limite de total conhecimento, em que restará apenas ensinar e não mais aprender? Não creio. Divino no sentido de ir ao encontro da perfeição? Um esforço inútil suponho, solitário e com pouca utilidade prática. Achar que se atingiu um limite é estagnar e mesmo que não se queira tudo muda, tudo se transforma. Se queremos ser divinos? Sim. Se o somos? Não.
ResponderEliminarSim, costumo ler os seus comentários. Gosto de ler, gosto de aprender, gosto de pensar, analisar. Porque é que pergunta?
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Divindade?!... Divindade em nós é saber perdoar, é magnetizar aquele sentido da beleza que glorifica, assumir compaixão pelo que sofre e conhecer modos de aliviá-lo, é identificação com quem nos é próximo e necessita de nós, disponibilidade para o outro, intuição em cada gesto, e principalmente criatividade. Oh!... Criar! Uma pintura, um escrito, un desenho, uma partitura musical... Criar é emprestar asas, ajudar a crescer, lançarmo-nos na experiência vivida do testemunho dos outros. O que é ser "divino"? Divino, não precisa de ser perfeição, nem tal. Tudo o que é humano não é perfeito, embora para isso pudesse tender. "Divino" é sobretudo criar "divindade", fazer nascer, dar vida a algo ou a alguém, acompanhando-o/a. Sermos "divinos" é sobretudo dedicação. "Meu nome é "dedicação", dizia-me em Buenos Aires (Argentina), uma das maes da Praça de Maio, numa das vezes que por lá passei. Emília! O nosso conversar é dedicação. O nosso escrever é igualmente "dedicação". Como exemplo? Esta nossa dedicação, que se consuma em dar e receber, escrevermo-nos e respondermos ,pensarmo-nos. Tal como nós fazemos. Em simpicidade. Sem assertoarmos ou puxarmos "galões" desnecessariamente. Nenhum de nós é "iluminado" ou pretende sequer sê-lo. Contudo, emitimos "luz", e essa luz penetra em cada um de nós. E transforma-nos, oferecendo-nos mais-valias, novas pers+ectivas. A vida no seu próprio percurso é uma busca de nós mesmos, talvez a busca do "eterno" em nós e fora de nós. Pois, como a Emília diz, tudo se torna limitado... Mas, que importa, se tudo em nós poderá ser um possuir, um sentido de eternidade?... No plano metafísico, também. Nada se ensina. Ou por outras palavras, ensina-se ou pretende-se aprender ensinando. A vida é feita de mudança, por isso mesmo é que é atraente, desejo, projecção, mistério. Não pretendemos atingir "limites". Os limites são pontos finais, são portas que se fecham. Nada disso!... O amor dedicado, correspondido não será uma forma de praticar a divindade?.... Mesmo ao nível terreno... Quem escreve ambiciona ser lido. Não pretende concordância, porém ser apenas ser lido e compreendido, mesmo no contraditório. Emília, obrigado de todo o coração por me ler!... É muito saboroso, meigo, gratificante ter alguém que nos leia. Quem escreve, é porque precisa no seu consciente de ser amado. Esta é uma enorme verdade, uma constatação, embora se possa sempre discordar. Quando a Emília escreve, ama. seja quem for. Faço-me compreender?! Sei que sim, sem pretensiosismo. Lê os meus comentários. Pergunta-me porque lhe pergunto. Simples. Porque escrevo sempre sobre qualquer tema e interessa-me ser lido por si. E, escrevendo a pensar que pelo menos tenho uma leitora, é sumamente terno e agradável.
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