Já tinha saudades de olhar moinhos assim!... Estes moinhos esventrados, simulacros de "caldeiras" em ruínas, reis de perdidas coroas e espectros sem reino nem reinado, semi-deuses solitários nos cimos dos cerros, alimentam-nos a noção de solidão e nomadismo, e são testemunhas espectantes de um passado laborioso. Este que a foto nos oferece a conhecer, já nem cobertura, nem mastros, nem velas, nem búzios a assobiar, nada disso já tem!... Olha-nos rechonchudo, de pedra já despida, com um olhar magro e triste, emerso numa profunda inutilidade... Tem uma árvore constantemente sovada pela ventania, ali perto, ali a fazer-lhe companhia, muito mais nova, mas incapaz de lhe dar alento. A morte dos moinhos é um espectáculo que invoca ternura, nostalgia, solidez, um soluçar contínuo e morno, um choro prolongado através dos séculos, e como tudo isso, um certo desconforto. Entendo a perpectiva do foto como extraída ao palco de uma natureza sem fim... Parabens, Emília!
Já tinha saudades de olhar moinhos assim!... Estes moinhos esventrados, simulacros de "caldeiras" em ruínas, reis de perdidas coroas e espectros sem reino nem reinado, semi-deuses solitários nos cimos dos cerros, alimentam-nos a noção de solidão e nomadismo, e são testemunhas espectantes de um passado laborioso. Este que a foto nos oferece a conhecer, já nem cobertura, nem mastros, nem velas, nem búzios a assobiar, nada disso já tem!... Olha-nos rechonchudo, de pedra já despida, com um olhar magro e triste, emerso numa profunda inutilidade... Tem uma árvore constantemente sovada pela ventania, ali perto, ali a fazer-lhe companhia, muito mais nova, mas incapaz de lhe dar alento. A morte dos moinhos é um espectáculo que invoca ternura, nostalgia, solidez, um soluçar contínuo e morno, um choro prolongado através dos séculos, e como tudo isso, um certo desconforto. Entendo a perpectiva do foto como extraída ao palco de uma natureza sem fim... Parabens, Emília!
ResponderEliminar